BREVE HISTÓRIA DE MACAU

  Remontam ao período neolícico os indícios de povoamento humano em Macau.Algures durante as dinastias Song e Yuan, da China, há séculos atrás, Macau contava já com uma populac~ao residente. Situado no delta do Rio das Pérolas,Macau constituía um excelente porto piscatório. A maior parte da sua população vivia da pesca. Esses pescadores costumavam concentrar-se na zona do Porto Interior. Além de viverem nos seus barcos de pesca, construíam em terra pequenas barracas que lhes serviam de abrigo contra tempestade, ou para a salga do peixe. O seu modo de vida era simples e modesto. No início do século XVI,navegadores portugueses descobriram nova rota de navegação entre a Europa e a Ásia, tendo aportado a solo chinês pela primeira vez, em 1514. Fixaram-se em Macau em 1553 que se tornou, desde então e durante séculos, o único ponto de acesso de europeus à China.
  No início, os portugueses estavam apenas autorizados a desenvolver actividades ao longo das praias. Além disso, estavam sujeitos a diversas disposições legais chinesas. Pelo uso da terra, os portugueses pagavam uma renda ao então Governo Chinês. Com vista ao reforço da Administração em Macau, o Governo Chinês criou, para a população chinesa de Macau, serviços de administração civil, militar, judicial, alfandegária e fiscal. Depois da Guerra de Ópio, os portugueses de Macau deixaram de pagar rendas devidas ao Governo Chinês, expandindo a área ocupada até encontrar os seus contornos actuais nos finais do século XIX (incluindo já as ilhas de Taipa e Coloane).


  O Tratato Sino-português de Amizade e Comércio foi assinado em 1888, sem que estivessem definidas, no entanto, as fronteiras do Território. Apesar das múltiplas tentativas nesse sentido, as duas partes não lograram chegar a acordo sobre o assunto. Com a Revolução de 25 de Abril de 1974, em Portugal, e a alteração da sua Constituição, Portugal e a China estabeleceram relações diplomáticas em Fevereiro de 1979, tendo Macau sido reconhecido como território chinês,sob administração portuguesa. Os governos da República Popular da China e de Portugal encetaram, em Junho de 1986, negociações sobre o futuro de Macau, que conduziram à assinatura da Declaração Conjunta Luso-Chinesa em 13 de Abril de 1987, por força da qual o Governo Chinês retomarárá o exercício da soberania sobre Macau em 20 de Dezembro de 1999. O contorno da península de Macau modificou-se imensamente nestes últimos cem anos. Em 1840, a sua área era de 2. 78 kilómetros quadrados. Mercê de aterros sucessivos, a sua área total aumentou para mais de seis quilómetros quadrados, em 1991, representando uma taxa de crescimento de 115%. Diversas baías que então existiam, desapareceram. A história dos aterros começou na praia que então existia a Este do Palácio do Governo, na Praia Grande, em 1863. A Baía do Norte, bem como as partes menos profundas da Baía do Oeste foram aterradas entre 1866 e 1910,tornando-se, respectivamente, em San Kio, Patane e Ha Wan. Deste modo, a Avenida Almirante Lacerda, a Rua da Ribeira do Patane e a Avenida da República foram rasgadas em terrenos conquistados ao mar. Entre 1919 e 1924,desenvolveram-se a Ilha Verde, Toi San, e Fai Chi Kei. Entre 1923 e 1938,surgiram as zonas do Hipódromo, Areia Preta e Porto Exterior. Seguiu-se-lhes a zona ao Norte da Praia Grande, com o aterro de uma larga faixa que se estende do actual Hotel Lisboa, até ao que chegou a ser denominado Palácio das Repartições.O corredor entre o Hipódromo e Un Toi Chai surgiu, também conquistado ao mar,em 1983. E ainda hoje não cessaram as actividades de conquista de terreno ao mar: a zona de Porto Exterior continua em expansão, enquanto a Praia Grande passa por uma fase de renovação.
  Macau é uma cidade fascinante, simultâneamente nova e antiga. Embora possua uma longa história, conhece, no entanto, um desenvolvimento moderno ímpar. O que nos foi transmitido constitui apenas uma ínfima parte de uma herança cultural extremamente rica que aguarda por estudos mais aprofundados.