"NÓS" Como Base Fundamental para um Ambiente com Saúde
Sérgio Soares*
Ecomum,quando se fala de Ambiente e Saúde, encam nhar-se este tema muito geral, para os grandes problemas eco-lógicos e anbientais que afligen a humanidade como sejam a poluiçã dos rios e dos mares, ou a nefasta poluição at, psféri-ca das grandes cidades.
Nestes dois casos típicos, as primeiras causas destes problemas,centram-se quase sempre, nas descargas das zonas industriais que envolvem as cidades, sejam elas descargas líquidas, sólidas ou mesmo gasosas.
É do conhecimento geral que as águas poluídas de grande extensão, rios e mares, podem tornar-se poluidoras dos límpidos lençóis de água subterrâneos que abastecem as centrais de água para as populações.
Assim, poderão, não só aparecer casos de intoxicação química, nos utilizadores, como também intoxicações microbianas, ou seja, o aparecimento de bactérias e vírus nocivos para a saúde que são transmitidos pela água que se bebe ou pelo peixe que se come.
Por sua vez a poluição atmosférica provoca danos irreparáveis na população, nomeadamente nos pulmões, um órgão vital para uma vida saudável.
Se formos cautelosamente avançando na tentativa da descoberta destes problemas vamos, lamentavelmente, dar conta de um só culpado "NÓS"!!
Se Educação para a Saúde, também Educação para o Ambiente
Muito se fala e com imenso mérito, na Educação para a Saúde. Se não vejamos: existem Programas de Vacinação como forma de prevenção de doenças; existem Programas de Saúde Materna e Infantil com o propósito de promover gravidezes sem problemas, partos normais e o desenvolvimento de crianças saudávels; existem os Programas de Saúde Escolar, para que as crianças tenham Sucesso Educativo, tendo em atenção a prevenção de Acidentes; estes entre muitos outros que são sempre de louvar.
Agora há que falar na Educação para o Ambiente, iniciada e complementada pelo "NÓS"! Poderá pensar-se no desenvolvimento de três grandes áreas onde se deve fomentar ininterruptamente acções de educação ou formação:
O "Nós", ambiente familiar - a nossa casa;
O "Nós", ambiente de trabalho - o nosso local de trabalho;
O "Nós", ambiente social - a nossa rua, a nossa praia, o nosso espaço de lazer.
Neste último - o ambiente social, muitas campanhas de sucesso têm vindo a ser realizadas, que têm diminuido acemuadamente o número de vectores que podem ser nefastos para a saúde das populações. As praias são limpas e são feitas análises periódicas das suas águas para se verificar se estas têm ou não elementos nocivos para a saúde pública. A limpeza das ruas, a presença de vários tipos de contentores de lixo e as várias campanhas de desratização diminuiram a possibilidade de contaminação, por exemplo, através dos insectos. O local de trabalho é, também, muito solicitado para as variadíssimas campanhas que educam para um bom ambiente que resulta em boa saúde ou prevenção da doença. Recorde-se as campanhas de Protecção de Acidentes de Trabalho: instalação de pisos limpos, não escorregadios e próprios para a execução do trabalho; a arrumação de ferramentas e de toda a unidade produtiva ou local de trabalho melhorando, não só o exercício como também a satisfação do profissional executante, e a utilização de equipamentos protectores que são comuns em fábricas e hospitais, como os fatos, luvas, máscaras, óculos, enfim um vasto leque de materiais próprios para ambientes potencialmente agressivos, que nos previnem de acidentes e doenças.
Resta-nos o "Nós", ambiente familiar - a nossa casa! É aqui que reside muitas vezes o ponto fundamental para a correlação entre Ambiente e Saúde - a Educação.
Qualquer investimento que se faça, em campanhas que promovam um bom ambiente na casa de habitação, resulta sempre em prevenção de doença e vida saudável.
Coisas simples como tirar os sapatos para não se pisar o chão onde brincam as crianças, que, por sua vez, podem levar à boca um qualquer objecto do chão! A utilização de copos, pratos, garrafas,talheres ou, outros utensílios recuperáveis evita o aumento do lixo doméstico. Praticar a higiene pessoal diária com sabonete e "shampôs" neutros assim como a higiene oral. Acondicionar correctamente os vários alimentos no frigorífico e nos armários, tendo em atenção as datas de validade, prevenindo o desenvolvimento de germes e insectos e a não necessidade de se utilizarem insecticidas, mesmo os mais inócuos.
Os produtos cáusticos e agressivos à saúde, os medicamentos e objectos perigosos devem estar acondicionados em embalagens apropriadas e em locais inacessívers às crianças.
A casa deve ser limpa com uma certa periodicidade para evitar o acumular de lixos e de poeiras. Sem esquecer os aparelhos de ar condicionado. Se há um fumador na família e não pode deixar de fumar, que utilize a varanda ou outro espaço aberto para o fazer. Finalmente não se pode esquecer que o chamado lixo doméstico não deve passar a ser o lixo doméstico do outro vizinho.
Assim não se deve varrer para as escadas, que por vezes são escadas de fuga em caso de incêndio, ou deixar o lixo nos elevadores ou fora dos devidos locais. E porque não pedir ao nosso filho para ajudar nesta pequena mas importante tarefa doméstica ?
Vamos ver que mais cedo ou mais tarde ele irá ser um dos que compreende que o bom ambiente para uma vida saudável começa precisamente em cada um de "NÓS"!!!
*Enfermeiro Especialista do Centro Hospitalar Conde São Januário
