Ecologia



O Jardim de Lou Lim Ioc -- uma construção labiríntica

Tong Jan Ji*

  Salpicados na cidade de "floresta de cimento" de Macau, os espaços verdes, apesar da pequenez da sua dimensão, emergem como uns lugares de lazer indispensáveis, onde as pessoas podem descansar, aliviar a tensão de espírito provocada pelo nervosismo da vida moderna, e recuperar as energias físicas e psicológicas gastas pelas múltiplas tarefas do quotidiano. Portanto, diríamos que eles são tão importantes para os cidadãos de Macau, como as ilhas verdes são importantes para os caminhantes que palmilham o deserto. Se a música é o alimento que nutre a vida, como dizem muitas pessoas, a importância que as zonas verdes têm para o Homem é ainda muito maior. Fabricando o oxigénio, filtrando e absorvendo as poeiras, elas são os "pulmões da cidade" que purificam o ar poluído. Atenuando a poluição sonora, elas contribuem para criar um ambiente mais repousante. Diminuindo a velocidade do vento, moderando a temperatura e condicionando a humidade do ar, elas proporcionam um tempo atmosférico mais favorável ao ser humano. Produzindo substâncias aromáticas exalantes, os pinhais e os bosques dos eucaliptos ajudam a cura de certas doenças. Além disso, jardins bem desenhados têm ainda a função de estimular o desenvolvimento estético-artístico das pessoas. Uma coisa é certa: é que a maior ou menor utilidade de uma zona verde depende, entre outras, das suas características intrínsecas, nomeadamente da sua dimensão, dos seus elementos constituintes e do seu desenho arquitectónico.
  Macau, como sabemos, é uma cidade pequena. A dimensão das suas zonas verdes também é limitada. Apesar disso, existem nela jardins de boa qualidade. Entre eles, o Jardim de Lou Lim Ioc.
  O Jardim de Lou Lim Ioc era, na sua utilidade original, o jardim traseiro da mansão do abastado comerciante de Macau Lou Cheok Ji (Wa Sio) e, posteriormente, do seu filho Lou Lim Ioc (Hong Cheong), sendo a parte principal da mansão o local onde fica a actual Escola Pui Cheng. O plano deste jardim foi desenhado pelo pintor Lau Kat Lok, o qual orientou também todo o processo da sua construção que se iniciou em 1904. Em 1925, ano em que se finalizaram todas as obras de construção, o jardim foi baptizado de Yu Yun ou "Jardim das Delícias". Por isso, até agora, este jardim tem já uma história de setenta e dois anos. A passagem do jardim da família Lou para o Governo de Macau deve-se à iniciativa do Governador José Manuel de Sousa e Faro Nobre de Carvalho, que, em 1973, o comprou e entregou ao Leal Senado. Depois de recuperado e denominado de "Jardim de Lou Lim Ioc", o jardim foi inaugurado pela esposa do Governador Nobre de Carvalho e abriu ao público no Outono de 1974.
  


  

Pavihão das Flores Cheirosas,- O que está atrás e no lado esquerdo é a cascata e o monte com o mesmo nome.


  Muito apreciado pela população local, o Jardim de Lou Lim Ioc é o único jardim de estilo tradicional chinês de Macau. A sua particularidade não se constitui só pelos seus pavilhões e galerias à maneira chinesa escondidos dentro das árvores e plantas florescentes, pela Ponte das Nove Curvas debruçada sobre o lago, nem só pelos montículos de pedra artificiais no estilo de Sou Chou (Suzhou1). Ele é um jardim tradicional chinês, sobretudo porque a sua disposição geral respeita as regras tradicionais e os princípios chineses relativos à construção dos jardins.
  Um princípio chinês para a construção de jardins adoptado no planeamento do Jardim de Lou Lim Ioc é o de "se ver uma dimensão alargada num espaço pequeno". Esse princípio tinha caracterizado a construção dos jardins de montanhas e de água dos eruditos das Dinastias Ming e Qing, famosos na história da construção dos jardins da China, como por exemplo, o Jardim Zhuo Zheng2, o Jardim Liu3 e o Jardim Wang Shi4, em Sou Chou (Suzhou).
  Para concretizar esse princípio, ou seja, para conseguir o efeito de aumentar, visualmente, a dimensão real, podemos recorrer a várias medidas. No caso concreto do Jardim de Lou Lim Ioc, uma das medidas utilizadas é a de "se fazer a exploração do jardim seguindo os atalhos labirínticos". Ao desenhar o plano do jardim, o arquitecto criou todo um conjunto de caminhos labirínticos que ligam as diferentes zonas. Estas construções labirínticas fazem com que o passeante, ao visitar o jardim, tenha um trajecto muito mais prolongado, ao mesmo tempo que a sua atenção é sucessivamente atraída para diferentes perspectivas. Diz um poema chinês: No lugar onde acabam a terra e as águas, surge, inesperadamente, uma vila rodeada de chorões e flores. Ao percorrer os caminhos do jardim, situações semelhantes são encontradas com frequência. Muitas vezes, ao dobrar uma curva, o aparecimento de uma nova paisagem surpreende agradavelmente o visitante, provocando nele sentimentos fortes.
  Outra medida tomada para ampliar visualmente o espaço é a da criação dos contrastes. Através da disposição de plantas, montículos de pedras artificiais e pequenos edifícios, o Jardim de Lou Lim Ioc é dividido e organizado em espaços distintos: grandes e pequenos, claros e escuros. Assim, ao serem comparados com os espaços pequenos e escuros, os espaços grandes e claros são percebidos como se fossem ainda maiores.
  


  

Porta Lunar "Ping San Geng Hoi".


  


  

Ponte de Nove Curvas debruçada no lago do lótus.


  Para que possamos perceber melhor essa utilização dos contrastes, vamos ver um exemplo concreto no Jardim de Lou Lim Ioc. Depois de se entrar nas Portas Lunares do jardim designadas por "Ping San Geng Hoi", ou seja, "Separador feito de Montanhas e Espelho da Lua", um atalho estreito, labiríntico e fresco conduz o visitante a um pavilhão chamado Pavilhão da Relva Primaveril, o qual dá para o lago maior do jardim. Abraçado pelas matas de bambu alto e frondoso, o atalho parece ainda mais acanhado e sombrio. E assim, ao chegar ao Pavilhão da Relva Primaveril, face a uma superfície alargada de água, o contraste entre um espaço pequeno, escuro (que é o atalho) e um espaço largo, aberto e claro (que é o lago), faz com que se sinta o espaço muito maior do que ele é verdadeiramente. Por outro lado, o reflexo da própria água também produz o efeito de alargamento visual do espaço. Na literatura, há muitas descrições sobre a beleza desta paisagem, como por exemplo, estes versos chineses: No lago onde se espelha o céu, o sol e as nuvens passeiam de braços dados.
  Beneficiado pelo referido princípio de "se ver uma dimensão alargada num espaço pequeno" e assim, consequentemente, por todas as medidas tomadas que visam a sua concretização, apesar da pequena dimensão existente (0,32 hectares de superfície de água, 1,46 hectares de superfície de terreno, e uma dimensão total de 1,78 hectares), o Jardim de Lou Lim Ioc afirma-se como um jardim de grande profundidade e cheio de nuances interessantes.
  Quando falamos do Jardim de Lou Lim Ioc, não podemos deixar de nos referir aos seus três elementos constituintes fundamentais: a água, a pedra e as plantas.
  

A água


  
  A água é reconhecida como a alma dos jardins chineses. Isto também é traduzido na própria construção e ordenação do Jardim de Lou Lim Ioc. A sua maior superfície da água, isto é, o lago que rodeia o edifício principal do jardim que é o Pavilhão Primaveril, localiza-se exactamente no espaço central de toda a construção. A parte do lago que fica em frente e a Este do Pavilhão Primaveril é a parte mais larga, cuja margem é, de forma natural, delimitada pelas pedras de forma irregular. A outra parte que fica a Oeste e a Norte do Pavilhão está restrita a dois canais pelas peças de granito rectangulares. Uma ponte labiríntica divide a superfície nordeste do lago em duas partes desiguais. Num canto do lago pequeno, uma cascata cai de um monte artificial, criando, assim, um contraste entre a horizontalidade (a que corresponde a disposição da água do lago) e a verticalidade (direcção do movimento da água da cascata).
  Além deste lago principal, existem ainda três lagos pequenos no jardim. Um deles é dotado de uma forma regular, demarcado pelas pedras em barra, as quais têm uma elevação de quarenta centímetros sobre o relevo. Dentro do lago, ou mais correctamente, do tanque, está um grupo de montículos artificiais composto de pedras ying que são as únicas existentes neste jardim. Este tanque situa-se a um nível inferior a uma escultura de baixo relevo, projectada na parede de fundo, e onde se encontra representado Hou Yi5 que procura o elixir da longevidade. Os restantes dois lagos pequenos, um fica situado a Este do jardim, à saída de um conjunto de montículos artificiais de pedras, e é atravessado por uma pequena ponte em cima da qual se podem apreciar peixes e nenúfares; o outro é na parte Oeste do jardim, cuja água cerca o Pavilhão das Orquídeas e se liga ao lago principal por baixo de uma ponte minúscula. Ambos os lagos têm uma forma natural e irregular como a dos lagos de origem vulcânica, e são delimitados pelas pedras também de forma natural.
  Aquilo que acabei de mencionar corresponde à situação até ao ano de 1996. Como é evidente, nessa altura, a superfície da água já ocupava uma proporção bastante ampla em relação à dimensão total do jardim. Apesar disso, registava-se uma forte carência de água em movimento, que pudesse produzir sons musicais agradáveis, ao mesmo tempo que nos proporcionasse uma paisagem visual mais dinâmica. Para modificar essa situação, sugeri em 1996 a criação de um regato de forma sinuosa, de água límpida e de corrente natural a Oeste do jardim, no lugar onde estava um esgoto que conduz ao lago principal. Ao longo das margens do regato, seriam colocadas, adequadamente, pedras naturais, que se articulariam com os montículos artificiais à volta, criando, assim, um ambiente harmonioso. O murmúrio deste regato ouve-se durante todo o ano, enriquecendo, desta maneira, a paisagem sonora do jardim.
  

A pedra


  
  A utilização dos montículos artificiais de pedra na separação e organização do espaço é uma das características mais significativas na construção dos jardins chineses. A composição com pedras de formas muito especiais e diferenciadas entre si sugere formas do relevo, de objectos ou de animais. Assim, este artifício de criação permite a apreciação das paisagens mais belas da natureza sobre a forma de miniaturas.
  Os montículos de pedra artificiais do Jardim Lou Lim Ioc são copiados dos de Sou Chou (Suzhou). Todavia, as pedras utilizadas são diferentes. Como na maior parte dos jardins de Guang Dong, no Jardim de Lou Lim Iok utiliza-se a pedra ying dak, e não as pedras do Lago Tai, predominantemente utilizadas nos jardins de Sou Chou (Suzhou). As pedras do Lago Tai utilizadas em Sou Chou (Suzhou) reúnem as três características seguintes: labiríntica, furada e elegante. Essas pedras têm formas tão delicadas que, com proveito para o observador, podem ser apreciadas individualmente. No caso do Jardim de Lou Lim Ioc, a beleza das pedras manifesta-se principalmente através da arte da sua montagem. Em concordância com este princípio, observam-se assim várias composições elaboradas com sucesso. Como por exemplo, o Monte da Cascata que se situa no canto Nordeste do jardim, ou a Mão Encantada que se compõe por vários cumes esguios, e ainda a Floresta dos Leões que imitam as diversas maneiras de estar desses animais ferozes. Vejamos em seguida um poema composto de dois versos que o grafista Wan Seui Jang (Monge de Nuvem e de Água) dedicou ao Jardim de Lou Lim Ioc. Nesses dois versos há a descrição da beleza desses montículos de pedras:
  


  

Parede "transparente", utilizada nos jardins chineses para a separação do espaço.
  Este dispositivo contém um valor decorativo pela sua forma especial de existência de espaços abertos.


  As pedras maravilhosas reúnem a beleza de todas as criaturas que existiram ao longo de milhares de anos
  
  As flores raras e preciosas criam uma Primavera que dura 365 dias.
  

As plantas


  
  As plantas são a substância essencial e efémera de todos os jardins. Isso também é verdade no caso do Jardim de Lou Lim Ioc. Logo que entramos no jardim, as sombras das árvores verdes e o perfume das flores coloridas atraem-nos e envolvem-nos; o cantar dos pássaros salpicados nas árvores sugerem-nos as boas vindas. Assim, logo que pomos os pés no jardim, parece que entramos num outro mundo fresco, silencioso e aromático, que é bem o contraste do lugar agitado e poluído onde vivemos.
  Em tempos idos, as plantas existentes no Jardim de Lou Lim Ioc eram as quatro espécies simbolicamente personalizadas na tradição chinesa e eram interpretadas como as "quatro virtuosas", ou seja, as ameixeiras, as orquídeas, os bambus e os crisântemos, que são os conteúdos tradicionais dos jardins chineses e das pinturas chinesas. Ainda hoje, naquele jardim, podemos ver algumas ameixeiras. Como por exemplo, a Oeste do Pavilhão da Relva Primaveril, junto à margem do lago, estão várias ameixeiras plantadas, compondo, assim, uma paisagem pitoresca descrita num verso chinês famoso: O reflexo, na água límpida e pouco profunda, dos ramos escassos (das ameixeiras) estendidos nas direcções horizontal e oblíqua.
  Existem também diversas ameixeiras, maduras e de formas delicadas, ao lado do Pavilhão das Ameixeiras e do Corredor dos Cem Passos, ambos construídos recentemente. Estas ameixeiras, muito embora de pequena quantidade, não sendo, portanto, capazes de criar um ambiente como o de mar de neve perfumado, na altura em que estão em flor (geralmente entre os meados de Dezembro e os meados de Janeiro), produzem um aroma especial e subtil no lugar onde se encontram. Este aroma agradável chama, muitas vezes, a atenção dos visitantes que aí passam, e faz com que eles detenham os seus passos para apreciar as flores de ameixeira.
  As orquídeas e os crisântemos são plantas que precisam de tratamentos muito cuidadosos, e, devido à falta de trabalhadores especializados nos serviços responsáveis, a criação destas plantas entrou em declínio. Hoje, no Pavilhão das Orquídeas já não se encontra, infelizmente, nenhuma orquídea. O que se vê são apenas os desenhos de orquídeas gravados nos parapeitos do Pavilhão. As únicas orquídeas existentes no Jardim são as orquídeas chamadas Sek Huk, crescidas nas pedras, e as orquídeas suspensas de flores roxas, cuja existência é o resultado das novas tentativas e experiências desenvolvidas, este ano, pelos jardineiros da Divisão dos Parques e Zonas Verdes do Leal Senado. A partir deste ano, os nossos jardineiros começaram a reproduzir as orquídeas através do processo de criação de tecidos de planta, e puseram-nas a crescer, num estado de dependência, nas árvores grandes. Quanto à criação dos crisântemos, há somente uma pequena quantidade criada nos vasos, que serve principalmente para a decoração do jardim, durante curtos espaços de tempo, nas ocasiões especiais.
  Do conjunto das múltiplas plantas do Jardim de Lou Lim Ioc, o bambu é aquela que cresce mais abundantemente e apresenta mais variedades: o Fan Ma (Denorocalamus Pulverulentus) é o tipo do bambu mais alto; o Kun Iam (Bambusa multiplex) é o mais pequeno; o Barriga de Buda (Bambusa ventricosa) é o mais distinto pela sua forma especial; o Ouro Decorado pelos Tiros de Jade (Bambusa vulgaris) é o mais belo; o Ngai Jau e o Pele Verde são os que têm formas mais delicadas; o Tong é aquele que se afirma como a variedade mais abundante. Os seus troncos subterrâneos estendem-se por toda a parte, exercendo, desta maneira, as funções reprodutivas que lhes são próprias.
  O lótus, planta muito elogiada e desenhada nas poesias e pinturas chinesas, foi também um dos protagonistas importantes no conjunto das plantas do Jardim de Lou Lim Ioc. Naquela altura, o canto Nordeste do lago por onde está debruçada a Ponte das Nove Curvas, era coberto completamente de folhas largas de lótus. Assim, mesmo que não tivessem tido o fôlego de exalar o aroma de lótus numa área de 10 Km2, estas plantas afirmavam-se como o maior campo de criação de lótus de Macau. Posteriormente, os lótus do Jardim de Lou Lim Ioc iam desaparecendo gradualmente, devido à quantidade excessiva dos peixes e das tartarugas, os quais destruíram por completo os rebentos novos do lótus, e devido à interrupção, pelas razões da manutenção da higiene e limpeza, do abastecimento de substâncias nutritivas, de que aquela planta tanto necessita. Este ano, graças às acções da replantação e do reforço dos cuidados prestados, o lago do lótus tem recuperado o seu aspecto atraente.
  O Jardim de Lou Lim Ioc, tal como muitos jardins de estilo tradicional chinês, foi desenhado e construído, com preocupação de registar nele determinadas cenas e paisagens descritas em poemas e pinturas famosas. Ou, ao invés, apresenta paisagens únicas que podem dar origem a poesias e a pinturas. É por isso que encontramos no jardim os seguintes versos:
  
  Passeando na Ponte das nove curvas
  à procura de um esboço de pintura
  Encostado a montículos de pedras elegantes
  a escutar coros que declamam textos antigos
  
  Montículos de Pedra rubra tocando a água verde
  do lago
  Chorões encurvados debruçando-se pela Ponte
  das Nove Curvas
  Vento perfumado embebedando a lua branca
  Poeta habitando o espaço supremo da poesia"
  (…) etc.
  
  Um poeta de Macau, Wong Ging Ng, inspira-se no Jardim de Lou Lim Ioc e diz:
  
  Bambu e pedra - frescos e sombrios
  o silêncio paira em torno dos caminhos labirínticos que ligam os espaços e o ambiente
  Lou Lim Ioc - meu jardim pequeno
  grandemente belo e famoso
  Lótus e orvalho salpicado
  Flores de ameixeira debruada, envolta, em flores de neve
  As sonolências do meu corpo cansado
  procuram o descanso sublime no bambu.
  
  Sem dúvida que o nosso Lou Lim Ioc é bem um jardim que requer e merece o contacto e a plenitude do caminhante e do observador. Ele é, na sua forma escultórica aquático-labiríntica, uma poesia que emerge e inspira o nosso quotidiano macaense.
  
  *Técnico Superior Assessor dos Serviços de Ambiente e Zonas Verdes do Leal Senado.
  1 Romanização a partir da fonética do mandarim. N/T.
  2 Idem, N/T.
  3 Idem, N/T.
  4 Idem, N/T.
  5 Idem, N/T.